domingo, 26 de julho de 2009

Da Liberdade


No meio de um povo geralmente corrupto a liberdade não pode durar muito
Edmund Burke in "Carta aos Xerifes de Bristol"

A palavra liberdade, como muitos outros conceitos filosóficos e morais, já está tão gasta por ser repetida em circunstâncias diversas que o seu significado tem vindo a perder-se, a ser deturpado e muitas vezes manipulado.O mais comum é que cada um de nós lhe dê o seu próprio significado, condicionado pela sua percepção e concepção do mundo. E aí, no meu entender, começam os logros.Há filósofos que eivados de vãs intenções progressistas vinculam o conceito de liberdade ao de igualdade. Nada mais falso do que acriolar um princípio absoluto como a liberdade a uma quimera anti-humana. Nem chega a ser utópico, por tão contranatura que é. Há quem o vincule à justiça e a valores morais que se prendem a questões sociais. Meros devaneios de quem quer encerrar em ideologias conceitos que devem ser absolutos e quase extra-humanos. São as ideias quase inatingíveis, entre as quais a liberdade, que levam a uma vontade visionária de querer transformar uma sociedade e de a reformar não com base em sistemas abstractos mas numa tradição perene assente em princípios absolutos e incorruptíveis os quais nortearão, com algum quê de utopia, a praxis política e a intervenção cívica.A liberdade far-se-á sentir, então, numa acção criativa e edificadora do Homem sem as amarras por este criadas com base em interesses, desejos espúrios e em sistemas falidos. A máquina burocrática, o nepotismo dos aparelhos políticos que vivem em função de quem os criou, e uma sociedade em degenerescência são os maiores inimigos da liberdade. Da liberdade autêntica, que é responsável e inerente à vontade inata do ser humano e da Natureza.
Escrito por PFelix em 5 de Junho de 2009

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