segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Banca e o Municipalismo

Somos adeptos da iniciativa privada e da livre concorrência. Não aceitamos, todavia, o poder do capital ultra-radical que condiciona, sem piedade, as nossas vidas e nos mantém eternamente dependentes.

Como se pode explicar que o Santander-Totta tenha apresentado lucros semestrais, que montam a 278 milhões de euros, isto é, mais elevados 1,7%, do que no mesmo período de 2008? A actividade do Santander-Totta foi ainda mais lucrativa num período de crise profunda do que em tempos de normalidade económica! Daqui se conclui que, inequivocamente, a crise é um bom negócio!

Salvo, como outros bancos, pela intervenção avalizante deste Estado socialista – a pretexto de se salvarem os dinheiros dos depositantes – a opção por spreads elevados e incomportáveis para a generalidade dos agentes económicos compensou largamente a descida das taxas de referência.

Num contexto Municipalista, obrigatoriamente deveria destinar um quinhão do seu crédito a conceder aos pequenos empresários locais, a taxas acessíveis e sem as habituais comissões que raiam a imoralidade. Porque os ossos não são só para uns (muitos) roerem, enquanto que outros (muito poucos) se banqueteiam com a carne.

Dizia-se, há muitos anos, que a bancarrota de um país era proporcional ao enriquecimento da banca! Nada mais verdadeiro! Banca rica, bancarrota!

«imagem roubada de um blogue amigo...»

1 comentário:

Pedro disse...

Caro amigo Porto


Vejo muita severidade e mesmo alguma hostilidade nas suas palavras. Quando depositamos essa energia negativa toda num sector acabamos por cometer erros evidentes, como o anacronismo das declarações citadas de Thomas Jefferson e isentar de responsabilidade quem pactua com os banqueiros, naquilo que o amigo chama de "capitalismo ultra-radical", o qual não é senão capitalismo de Estado à portuguesa, com todas as características corruptas e de laxeza legislativa que o pós 25 de Abril nos habituou.
Se nos debruçarmos com algum bom senso sobre aquilo que tem sido a história da banca e dos bancos, privados e estatais ao longo dos dois últimos séculos, constataremos afinal que os ódios irracionais e plenos de "ismos" contra um único sector não são assim muito justificáveis.
Espero vir a colaborar neste blog, o qual conto que esteja livre dos ódios e anátemas que muito me desgosta em outros nos quais nem ao trabalho me dou de comentar.