No âmbito de um trabalho em curso que tenho em mãos sobre um dos bairros mais emblemáticos da cidade do Porto, procurei na junta de freguesia respectiva obter dados estatísticos e de informação quantitativa e qualitativa sobre as condições económicas e sociais do dito bairro. Para meu espanto, à dita junta, que é o mesmo que dizer a todas as outras com as mesmas especificidades, foram retiradas todas as competências no que diz respeito ao controlo dos dados populacionais e respectiva evolução e comportamentos migratórios, assim como todo o controlo informativo no que toca à intervenção social.
A culpa não será da referida junta de freguesia, mas sim de um sistema que afasta os cidadãos do núcleo de poder que estaria mais próximo deles.
Tomando como princípio que estes dados seriam essenciais para uma melhor intervenção de um órgão como a junta de freguesia sobre o restrito número de população que lhe está submetido, não surpreenderá, deste modo, a chegada do dia em que se questione a sua função e utilidade -com todo o respeito pelo trabalho meritório de muitas delas de apoio aos crianças e à terceira idade. Será Lisboa ou Bruxelas a ocupar-se de tão recônditos locais e de seus problemas?
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